sexta-feira, 1 de julho de 2011

CONFIDÊNCIAS DE AMOR EM TRÊS CAPÍTULOS - TOMO I




A  L  C  O  V  A







          Nós somos feitos de composições estranhas, tudo compunha nossa alcova, sim nosso mundo preferido sempre foi o espaço da alcova, nós construímos sonhos de composições estranhas, até nosso quarto nós erguemos com uma escada móvel, somente nós sabíamos ter acesso àquela alcova, nós fizemos tudo como deve ser num romance, até na atmosfera do nosso espaço haviam seres místicos esculpidos em toros de madeira; uma imprestável máquina de escrever ao fundo do quintal... Num recanto entre tantas coisas estava nosso quarto, na parte mais alta, alí nós fizemos nossa única história de amor e tivemos nossa alcova, como num cativeiro, nós ficamos presos, somente nós sabíamos o acesso...Escravizamos nosso bem, nosso amor, nossas almas dentro de um espaço místico, de coisas estranhas. Até a presença de uma imensa fogueira de toros de madeira esculpidas, muito fogo para renovar tudo, para limpar tudo, o fogo abrasador para purificar tudo como num processo que quisemos reiniciar nossa  prisão de amor, nossa alcova. Ainda hoje queremo retornar ali, nos encontramos sempre nos quartos, queremos nossa alcova de volta, somente nós tinhámos acesso, para colocarmos aquela escada e alcançarmos o alto quarto de amor, quando fazíamos aquele acesso ficávamos escravos da alcova. Ainda hoje procuramos nosso espaço porque ficamos escravos do nosso amor. Escravos da nossa história de cumplicidade que criamos para falarmos na noite. Estamos presos lá, entre coisas estranhas. Escravizamos nossos bens, nossas coisas. Nosso espaço de confinamento, havia a enigmática fantasia da escada, quando a colocávamos somente nós podíamos chegar lá, quando tirávamos a escada o segredo tornava-se cumplicidade, somente havia amor. Nós escravizamos o amor afim de que ele ficasse ali preso, naquela alcova de amor, e ainda hoje nós estamos procurando aquele quarto, aquele espaço de amor enigmático, entre coisas estranhas, nós e o amor presos dentro da alcova que criamos. Procuramos sempre aquele espaço de amor, eternizamos nossos sentimentos naquele quarto.


WALKER LIMA   Recife, outubro de 2007.
 
 








N A    I L H A    D O    M E L

  




          Eu ainda estava envolto na brisa e borbulhamento do mar azul, nas espumas feitas pelo movimento das águas  azuis profundas, quando te avistei pura na areia a beira do  mar, estávamos na Ilha do Mel, na mesma hora e no mesmo lugar para nossas vidas se cruzarem em meio ao oceano atlântico, e súbitamente fomos tomar chá de flor de laranjeira, era para completar um ritual de natureza calma. Pois à noite pude te tocar em sua natural condição de virgem, como numa sequência ritual de quem ministra uma liturgia, entre pessoas que nos acompanharam na subida da Serra da Cantareira, decerto foram nossos anjos em procissão nos conduzindo ao topo gelado entre as nuvens, onde dormimos juntos e fizemos nosso santuário de amor entre as nuvens que entrecortavam nossos sentimentos. Foi a sublime história de puro amor junto ao céu. Ainda num sequencial de cerimônia da natureza quando da nossa descida, até os vaga-lumes iluminaram nosso caminho de retorno entre as penhas no escuro. Descemos do altar do nosso casamento junto ao céu, entre as nuvens, perto do Criador. Eu ainda guardo as lembranças vivas dentro do coração. Eu ví o amor.


Recife, dezembro de 2007    WALKER LIMA

Obs. Onde se lê:  Serra da Cantareira, leia-se Morro do Anhangava.
 




 



P  E  R  S  P  I  C  Á  C  I  A

 
 
 

         O que aconteceu conosco foi uma batalha de amor, uma guera de amor. O ápice dessa história, eu escutei quando ouví você falar a palavra "amor" das suas entranhas...
          Eu te vejo sempre e fico encantado e atraído por tua beleza. Teus cabelos me fizeram encanto, fiquei perdido, tu me venceste, mas você pertence a um tempo passado, entretanto você continua bela, atraente. Você venceu, você me prendeu aos teus encantos e até hoje me domina, tenho medo porque vivo com teus encantos,  teus domínios. Fui vencido pelo teu amor, fui domado e como ser preso que sinto dentro de minhas profunidades, me contento em perceber que fostes dos meus domínios algum tempo, eu te possuí meu amor mas te perdí diante da tua personalidade que se viu completamente perdida em ter me domado.


WALKER LIMA
Recife, dezembro de 2007
 

Um comentário:

  1. Em Confidências de Amor em Três Capítulos, escolhi trechos que comprovam o homemem extraordinários que e a comprovação da grande aventura humana que é o amor.: Alcova: Nós escravizamos o amor afim de que ele ficasse ali preso, naquela alcova de amor, e ainda hoje nós estamos procurando aquele quarto, aquele espaço de amor enigmático, entre coisas estranhas, nós e o amor presos dentro da alcova que criamos. Procuramos sempre aquele espaço de amor, amor eternizamos nossos sentimentos naquele quarto.
    Na Ilha do Mel é marcante o romantismo: Descemos do altar do nosso casamento junto ao céu, entre as nuvens, perto do Criador. Eu ainda guardo as lembranças vivas dentro do coração. Eu ví o Eu ainda estava envolto na brisa e borbulhamento do mar azul, nas espumas feitas pelo movimento das águas azuis profundas, quando te avistei pura na areia a beira do mar, estávamos na Ilha do Mel, na mesma hora e no mesmo lugar para nossas vidas se cruzarem em meio ao oceano atlântico...Descemos do altar do nosso casamento junto ao céu, entre as do Criador. Eu ainda guardo as lembranças vivas dentro do coração. Eu ví o amor.
    O intangível: O que aconteceu conosco foi uma batalha de amor, uma guera de amor. O ápice dessa história, eu escutei quando ouví você falar a palavra "amor" das suas entranhas... É por estas vivências e outras inimagínáveis que abrigas um conteúdo lapidado como se fora um diamante. Vânia Luiza.

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